As minhas insónias voltaram. Elas voltaram como voltou a minha estupefacção.
Eu confesso que compreendo os pais dos estudantes das escolas com contratos de associação. Compreendo os funcionários e professores de todas essas escolas. Ainda compreendo melhor os donos dessas e de outras escolas que por esta via sentem o seu trabalho e os seus negócios ameaçados. Até posso compreender que fosse pedido um período de transição para ajustamento dos níveis de actividade destas escolas.
Fica-me, todavia, uma questão: o que faz com que a oposição se tenha concentrado desta forma no problema dos contratos de associação? O que os faz correr?
Entendo que, no curto prazo, aproveitar a contestação das ruas pode criar algum BUZZ. Todavia, este é um nicho de mercado tão específico, tão pequeno que, a prazo, só pode trazer a ideia de que as direitas estão presas e encostadas a interesses nem sempre transparentes nem claros
Ao mesmo tempo, os indicadores económicos estão todos no vermelho… as expectativas são todas negras… e não se compreende esta síndrome amarela que de repente se abateu sobre nós. E os estivadores… aihhh os estivadores!
Vem-me à ideia uma carta de demissão do subsecretário da indústria de Salazar, quando o seu governo enviou galos de Barcelos para a Expo de Paris, em vez de algo que melhor identificasse as capacidades da indústria portuguesa. Na sua carta de demissão, Ferreira Dias terá sugerido ao governo que, para melhor caracterizar a alma lusitana, se enviassem bons exemplares de louça das caldas…
Na verdade, o que faz correr a oposição? Onde pára a oposição?