António Costa poderá estar muito perto da maioria absoluta. Penso que ele tem consciência disso mesmo.
Neste momento está em discussão a baixa da TSU para as empresas como forma de compensação para o aumento do salário mínimo nacional para 557 euros.
O BE e CDU já anunciaram o seu voto contra a baixa da TSU. Nesta matéria, por ironia das ironias, o PSD junta-se a estes dois partidos da geringonça.
Pedro Passos Coelho avisou ontem o PS para que não contassem com o apoio do PSD afirmando que “se dento da maioria não se entendem para resolver este problema e forem os próprios partidos da maioria a levar a questão à Assembleia da República, o nosso voto não têm. Isso que fique claro”.
Talvez fosse isto mesmo que, neste momento, António Costa mais gostaria de ouvir após uma visita de estado bem sucedida à India. A sua popularidade está em alta. As sondagens vão indicando que o PS pode estar em condições de conseguir uma maioria absoluta.
Esta divisão dentro da geringonça que, conta com o beneplácito de Passos Coelho, poderá ser o momento ideal para a abertura de uma crise política que poderá vir a desencadear, nos próximos meses, a realização de eleições legislativas antecipadas.
A quem poderá servir actualmente uma crise política? Com toda a certeza a António Costa.
E quando? Talvez não fosse mau para o PS fazer coincidir as eleições legislativas com as eleições autárquicas. As duas campanhas decorrendo, em simultâneo, poderiam alavancar os resultados eleitorais dos socialistas nas autarquias locais.
A presença de António Costa, ao lado dos candidatos do PS às autarquias, poderá ser uma mais valia para os socialistas dificuldando ainda mais a vida aos sociais-democratas nas próximas eleições Autárquicas.
Passos Coelho poderá estar a contribuir para uma crise política, que os portugueses não compreenderiam, num momento em que as sondagens apontam para uma enorme fragilidade política do PSD que se tem vindo a agudizar todos os meses. Será que Passos não percebeu isto?
Ou será que Marco António, agora obviamente por razões antagónicas, lançou um novo ultimato, idêntico ao que lhe foi atribuido em 2011, quando terá dito a Passos “ou vamos para eleições no País ou vamos para eleições no Partido”?
No meio destas divisões político/partidárias estará Marcelo Rebelo de Sousa que tem defendido de forma férrea a estabilidade política. Uma crise política não será do agrado do Presidente da República. E os seus responsáveis terão concerteza no inquilino que ocupa o Palacio de Belém um adversário político de peso.
Os próximos tempos poderão confirmar se pode estar a caminho um TSU (nami) político que poderá levar o País para eleições antecipadas.
Paulo Vieira da Silva