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Obrigado, muito obrigado, Cristiano.

Paulo Vieira da Silva

Paulo Vieira da Silva

Cristiano, nunca tive dúvidas que ganhar o Campeonato do Mundo de Futebol era o maior dos teus sonhos, por ti, mas pelo teu, meu e nosso país, que é Portugal.

Acredito que vestiste sempre a camisola de Portugal com o maior dos orgulhos, que colocaste tudo o que tinhas e não tinhas em campo.

Nunca tive dúvidas que acreditaste, mais que todos nós, que o teu maior sonho poderia um dia tornar-se realidade.

Porque essa coisa inexorável que é o tempo não perdoa, reconheço que o Mundial do Qatar seria a última oportunidade para a concretização do teu sonho de elevar o nome Portugal ao mais alto patamar do mundo do futebol.

Acredito, genuinamente, que um ou outro erro que cometeste – e quem nunca errou que atire a primeira pedra – aconteceu porque acreditaste, mais que todos nós, até ao último segundo, que poderias cumprir o teu sonho.

Porque se houve alguém que nos fez acreditar que era possível concretizar o teu maior sonho, que fizeste nosso, foste tu, com o teu exemplo, com o teu trabalho, com a tua dedicação e o teu empenho.

A tua tristeza é a minha tristeza.

As tuas lágrimas são também as minhas lágrimas, as lágrimas dos portugueses que estarão eternamente gratos pelo que fizeste pelo nosso futebol, mas sobretudo pelo nosso país.

Obrigado, Cristiano, pelas tuas conquistas inigualáveis, que adoptamos como nossas.

Obrigado, Cristiano, por nos fazeres esquecer que vivemos num país medíocre, de gente invejosa, que pela sua mesquinhez lida mal com o sucesso dos outros.

Obrigado, Cristiano, por nos teres mostrado que é possível trocar as voltas ao destino. Que ninguém que nasce pobre está condenado a morrer pobre.

Até pelo contrário, que nascendo pobre é possível chegar ao topo do mundo.

Cristiano, apesar de todas as tuas conquistas, vitórias, troféus e recordes que perdurarão, até à eternidade, penso que este é o maior legado que nos deixas.

Esta pode parecer uma despedida, mas não é, muito longe disso, porque o teu caminho ainda será longo, independentemente das tuas opções de vida pessoais ou desportivas.

Até já, Cristiano!

Paulo Vieira da Silva
Gestor de Empresas / Licenciado em Ciências Sociais – área de Sociologia

(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo)

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