Esta floresta sombria mais não é que esta pandemia e outras pandemias que se intrometem surpreendentemente nas nossas vidas sem prévia autorização.
A peste como escreveu Albert Camus “eliminou a singularidade da vida de cada homem”.
Era nesta nossa singularidade em que afirmávamos a nossa diferença.
Após a chegada da pandemia passamos a viver com mais tempo mas numa míngua de espaço.
A afirmação da nossa singularidade passa necessariamente pelo tempo mas seguramente por um mundo livre que nos permita partilhar afectos, trabalhar, socializar e viajar sem medo.
Um medo que promove o desamor, a insegurança, a desconfiança e uma clausura claustrofóbica.
Em que os pais deixaram de ver os seus filhos, em que os avós não partilham a sua vida e as experiências com os seus netos, amigos que deixaram de estar juntos.
A saudade de um beijo e de um abraço que nos transmitia confiança e nos alimentava o coração.
Um medo que, paulatinamente, nos mata e nos enlouquece.
Não podemos permitir que este vírus nos enlouqueça correndo o risco de não morrer da doença mas sim da “cura”.
Agora é o tempo de, usando todos os cuidados emanados das autoridades de saúde, nos libertarmos dos medos a que nos amarraram de forma a voltarmos a viver a vida na sua plenitude.
Gestor de Empresas / Licenciado em Ciências Sociais – Área de Sociologia
(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)