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Start up´s Britânicas em Portugal

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As grandes instituições financeiras mundiais, como o Goldman Sachs ou a JP Morgan concentram as suas actividades na bolsa de Londres, beneficiando da possibilidade de explorarem os seus negócios nos 27 países da União Europeia, sem que para tal seja necessário abrir uma subsidiária em cada um dos estados. Com o Brexit, muitas destas instituições deixarão de ter acesso a este gigantesco mercado, o que levará a que muitas destas desloquem as suas actividades para outras cidades europeias, como Luxamburgo ou Dublin. Ao contrário do que muitos economistas da nossa praça defendem, a bolsa portuguesa não irá beneficiar destas deslocalizações\fluxos, uma vez que se encontra numa posição demasiado periférica, possui muito pouca liquidez e o nosso sistema fiscal\administrativo é muito pouco atractivo, para as referidas instituições.

Muito provavelmente, estas multinacionais optarão por transferir os seus escritórios e actividades para cidades que se encontrem dentro dos principais circuitos europeus, que corresponde ao perímetro, daquilo que os economistas anglo-saxónicos denominam como “banana azul” e que se estende do norte de Itália até ao Reino Unido. Quanto às transacções financeiras ligadas aos contractos de derivados e SWAP denominados em Euro, deverão ser absorvidas fundamentalmente pelas bolsas de Paris e Frankfurt. Neste sentido, não existem grandes chances do mercado financeiro e bolsista nacional atrair ou beneficiar de um potencial afluxo de capitais resultante do Brexit. Mais realista parece-me ser a possibilidade de atrair um conjunto alargado de starup´s tecnológicas e financeiras. Neste caso, o governo deveria desenvolver todo o tipo de diligências no sentido de promover Portugal junto destas organizações. O World Web Summit, que se realiza este ano em Lisboa, constitui um oportunidade única para apresentar aos investidores internacionais um plano estratégico atractivo incorporando benefícios fiscais, simplificação burocrática e sobretudo garantia de acesso a financiamento. O Brexit poderá constituir um impulso enorme para o nosso sector tecnológico e financeiro. Importa não perder de vista esta ideia.

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