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As ameaças do Turismo

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O turismo constitui uma das actividades mais dinâmicas e competitivas da economia nacional. O crescimento do número de dormidas e de visitantes continua acima da média mundial contribuindo para a criação de emprego, riqueza e para a reabilitação dos centros urbanos. No entanto, com a concentração de turistas nos centros históricos de Lisboa e do Porto, muitos moradores e actividades comerciais tradicionais têm vindo a ser “empurradas” para as periferias, o que se reflecte na perda de identidade destes locais e sobretudo numa estandardização das próprias cidades. Esta estandardização caracteriza-se pela proliferação de lojas de souvenirs, de Tuk Tuk´s entre outras, que retiram todo o carisma e tornam as respectivas urbes iguais a tantas outras capitais europeias. Fruto das pressões económicas associada à valorização dos imóveis, uma quantidade elevada de habitações foram retiradas do mercado de arrendamento e consignadas à exploração turística, triplicando, apenas em 2016 o número de alojamentos registados na plataforma Airbrn.

Em resposta, as autarquias, que são os principais agentes responsáveis pelo planeamento do território em Portugal deveriam implementar políticas de habitação eficientes, protegendo as faixas da população mais vulnerável e de menores recursos, que na ausência de alternativas, acaba segregada e concentrada em subúrbios, onde proliferam autênticos bairros “fantasma” com taxas de ocupação inferiores aos 20%. Muitos dos visados são idosos, que não possuindo meios de transporte próprios para se deslocarem aos seus serviços de saúde e apoio sociais, ficam reféns da boa vontade “alheia” e dos rígidos horários dos transportes públicos.

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