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O valor da Confiança

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A confiança nas instituições (governos, ONG´s, empresas, clubes, Federações etc.) é um factor chave para a economia e para o sucesso de qualquer país. Neste sentido, importa retirar algumas ilações relativamente aos resultados do Barómetro da confiança, publicados pela Edelman. No referido relatório, mais de metade dos países analisados pelo barómetro verifica uma degradação acentuada dos níveis de confiança nas instituições nacionais e internacionais, o que seguramente estará relacionado com a incapacidade que as autoridades manifestam na gestão de problemas como o vírus do Ébola, os casos de doping de atletas russos, a invasão da Ucrânia ou a manipulação das emissões dos veículos da WV. Por outro lado, a confiança dos indivíduos em relação às empresas voltou a baixar, mantendo-se a indústria tecnológica, como a actividade mais credível, entre os inquiridos. Os CEO´s e gestores também estão debaixo de fogo, devido sobretudo aos escândalos financeiros, falências, sendo ainda responsabilizados pela degradação salarial e das condições de trabalho.

Em termos políticos, os inquiridos defendem que os governos devem concentrar os seus esforços na redução das desigualdades. Este parece ser um resultado natural, quando surgem de forma recorrente noticias que dão conta que um CEO, nos EUA recebe um vencimento 371 vezes superior ao de um operário ou que os 1% mais ricos do planeta detêm 50% da riqueza ou ainda que as mil famílias mais ricas em Portugal não pagam IRS. Exigem ainda maior regulação sobre os sectores da energia, alimentação e construção civil, bem como, a adopção de medidas que assegurem a qualidade e segurança ambiental.

Pelo primeiro ano desde que o estudo é realizado, os inquiridos revelam maior confiança nas notícias publicadas na Internet do que nos tradicionais meios de comunicação. Neste caso, verifica-se um processo de difusão da informação, cada vez mais num sentido bottom-up (ascendente), em detrimento do tradicional top-down (descendente), aspecto que coloca inúmeros desafios aos media.

Por fim, de salientar que as populações dos países desenvolvidos confiam muito mais nas suas instituições, que as suas homologas dos países pobres ou em vias de desenvolvimento. Curiosamente ou não são precisamente os países com melhores níveis de confiança que apresentam os menores índices de corrupção. Um factor a ter em conta, num mundo que exige mais acção das instituições no sentido de promover o crescimento económico e a igualdade.

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