Há um hoje um estranho tempo no qual, do mesmo modo em que de tudo se arenga muito intensamente, do mesmo tudo se esquece muito rapidamente.
A classe política, com o seu inato jeito para folhear os recessos mais profundos da psicologia de massas, domínio no qual decerto investe mais do que no bem-fazer social, apreendeu com nitidez e cupidez a sua capacidade devoradora de hipo assimilar pela rama a hiper informação, cuspindo-a logo de seguida, de modo a poder fazer boca para a que se sucede de imediato, já quente e fremente na linha de montagem expelidora, ou charivari de casbah.
O destinatário é um alvo que recebe tantas frechadas que deixa o São Sebastião reduzido a feridas e ofensas de terceira.
Daí, a defesa natural do olvido, como se de uma pen se tratasse o nosso cérebro, cuja capacidade de armazenamento, em terabytes, num ápice se esgotasse.
E como os praticantes da política, velhos jesuítas da nova Amazónia, o têm como certo, tudo cometem na certeza de que o bruaá não resiste ao arfar penoso de um quotidiano delgadinho de 24 horas.
Ainda há dias aconteceu com o episódio dos faceboquianos tabefes; no dia seguinte, idem com um jovem secretário de estado que foi tomar posse todo inquinadinho. Para não ir mais longe, um familyfriend colocado à cabeça do centro de Emprego de Tondela foi valerosamente vergastado e contestado pelas estruturas políticas correligionárias locais durante 48 horas. Depois… após se ter feito o ruído circunstancial, comeu-se e calou-se.
E é assim, por isso também, que tudo se faz, comete e perpetua na presciência de quanto a avidez colectiva, se sacia afinal, com um copo de água da fonte das Vigárias e a impunidade é afinal, um charco onde florescem agriões.
Tenham um bom fim-de-semana…