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RTP e o serviço público

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A direcção da RTP anunciou recentemente a dispensa de todos os realizadores internos em Agosto para férias, e a contratação de uma empresa privada precisamente para cobrir a ausência dos referidos profissionais. Curiosamente esta empresa pertence a alguns ex-funcionários da estação, que foram recentemente reformados antecipadamente com indemnizações milionárias.

Tristemente, hoje o canal público de televisão constitui uma verdadeira desilusão para todos os portugueses. Com uma programação miserável, preenchida por filmes esotéricos, documentários repetidos até à exaustão, concursos de escola primária e sobretudo por programas e apresentadores que envergonham a língua portuguesa, a RTP aproxima-se perigosamente da banalidade e dos níveis de audiência dos canais temáticos do cabo. Entre contratações milionárias totalmente injustificadas e apresentadores incapazes de realizar um directo que seja, encontram-se centenas de profissionais que sofreram cortes nos seus salários, são constantemente maltratados e em muitos casos deixados na “prateleira” por não terem escolhido os “amigos” correctos.

Convém lembrar, que foi neste canal, que choramos ao lado de Eusébio no Mundial de 66, que cantamos a desfolhada com Simone de Oliveira no Festival da Canção, que pisamos a lua com Armstrong, que caminhamos ao lado de Salgueiro Maia para a democracia, que assinamos o tratado de adesão à comunidade europeia, que assistimos à invasão do Iraque ou que celebramos a vitória no Euro 2016. Foi ainda nesta casa, que se formaram grandes nomes da televisão portuguesa como, Judite de Sousa, Margarida Marante, Camilo de Oliveira, Herman José, Miguel Sousa Tavares, José Eduardo Moniz, Manuel luís Goucha, José Rodrigues dos Santos, entre muitos outros.

Como Português apenas peço à actual direcção da RTP, que honre e respeite este legado.

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