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Redução do Número de Turmas

Uma das principais medidas de campanha do actual governo passa pela redução do número de alunos por turma de forma a melhorar a qualidade do ensino. Apesar de ser uma medida extremamente popular junto do eleitorado, não existem evidências empíricas que enfatizem a importância da dimensão das turmas no sucesso escolar. Recentemente a economista Coroline Hoxby estudo a correlação entre as variáveis nas escolas do Connecticut e não conseguiu encontrar qualquer relação entre o tamanho das turmas e os resultados dos alunos. Estudos com conclusões semelhantes foram realizados em Portugal, Austrália, Singapura, Roménia, Japão, República Checa, Canada, Espanha, Itália afinando pelo mesmo diapasão. Apenas na Grécia e Islândia foram encontradas correlações significativas entre o número de alunos e a qualidade do ensino. Assim sendo, as referidas investigações salientam que o nível óptimo de alunos por turma se situa entre os 18 e os 24, ou seja, dentro da média nacional. Por outro lado, a redução do tamanho das turmas é bastante onerosa para o Estado, sobretudo pelos custos que implica em termos humanos e de logística. A título de exemplo, repare-se que entre 1996 e 2004, os EUA contrataram mais 250 mil professores e expandiram inúmeras escolas, de forma a acolherem um número superior de turmas. Os gastos por estudante subiram 21%, durante o mesmo período, embora os resultados tenham ficado bastante aquém das expectativas. Numa altura, em que se pretende efectuar uma reestruturação semelhante em Portugal, importa perceber que a redução do número de turmas constitui um encargo adicional para os contribuintes, sem que esse esforço se traduza numa melhoria da qualidade do ensino.

 

 

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