Blogue Insónias

Quem governa Portugal?

mw-860

Pelas críticas vinda a público relativamente o imposto sobre património acima dos 500 mil euros não será aplicado no próximo orçamento de estado. À semelhança do imposto sucessório, o governo manifesta-se incapaz de combater os lobbies que durante décadas viveram e vivem confortavelmente de isenções fiscais, subsídios e outras benesses de toda a natureza. De facto, numa rápida análise à aplicação do referido imposto, constata-se que são precisamente os países que registam menores índices de desigualdade e melhores resultados económicos, como a Luxemburgo, a Bélgica, a Dinamarca ou a Suíça que tributam com maior intensidade os bens patrimoniais de elevado valor (incluindo impostos sucessório) Inclusivamente, pequenas economias como Singapura e Hong Kong, com cargas fiscais anormalmente baixas, possuem impostos elevados sobre os bens imóveis de elevado valor, especialmente detidos por cidadãos estrangeiros. Mesmo com impostos desta natureza, são os maiores receptores mundiais de investimento externo e apresentam um ritmo do crescimento do PIB extremamente elevado, o que significa que o seu impacto junto dos investidores e na economia é reduzido. Além disso, a carga fiscal sobre activos fixos é bem mais eficiente, uma vez que não restringe ou distorce a produção e por isso, costumam ser os preferidos dos economistas neo-clássicos. No entanto, graças aos “Ricardos Salgados” desta vida continuamos um país, onde se tributa e persegue a raia miúda, onde os profissionais honrados e qualificados procuram reconhecimento noutras paragens e onde uma elite continua agarrada aos favores do Estado.

Gosto(5)Não Gosto(0)
Exit mobile version