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PPD/PSD: um partido à deriva, sem rumo

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Sou militante do PPD / PSD há 25 anos. E tenho muito orgulho em ser social democrata. Uma social democracia que teve a sua génese em Willy Brandt e seguidores como Olof Palme e Francisco Sá Carneiro, que veio a fundar o PPD a 6 de Maio de 1974, faz hoje precisamente 42 anos.

Identifico-me com um PSD que como, um dia, descreveu Francisco Sá Carneiro não assenta ” apenas numa simples democracia formal, burguesa, mas sim, numa autêntica democracia política, económica, social e cultural. Uma democracia política que implica o reconhecimento da soberania popular na definição dos órgãos do poder político, na escolha dos seus titulares e na sua fiscalização e responsabilização, que exige a garantia intransigente das liberdades individuais, o pluralismo efectivo a todos os níveis e o respeito das minorias, não existe democracia se não houver alternância democrática dos partidos no poder, mediante eleições livres, com sufrágio universal, directo e secreto.”

Entendo, como sempre defendeu Sá Carneiro, que ” a democracia social impõe que sejam assegurados efectivamente os direitos fundamentais de todos à saúde, à habitação, ao bem-estar e à segurança social, e exige a abolição das distinções entre classes sociais diversas e a redistribuição dos rendimentos, pela utilização de uma fiscalidade justa e progressiva.”

E sublinho ainda, que como defendeu o fundador do meu partido, que não podemos esquecer ” a democracia cultural que deverá consistir em garantir a todos a igualdade de oportunidades no acesso à educação, à cultura e no favorecimento da expressividade cultural de cada um. A democracia é a única maneira de um grupo, tão numeroso, chegar ao consenso entre variadas opiniões, sem submissão a despotismos e a iluminados.”

Esta é a social democracia em que acredito, que defendo e que continuarei a defender para o meu País.

Lamentavelmente o PPD / PSD tem-se afastado destes princípios ideológicos que estiveram na génese da fundação do partido mais português de Portugal.

O PSD é um partido à deriva, sem rumo, sem estratégia que vive uma profunda indefinição ideológica.

Também não podemos esquecer o facto da qualidade política e intelectual de vários actuais dirigentes do PSD ser muito sofrível. A isto ainda acresce o facto grave que a qualidade moral e o carácter de alguns ser mesmo várias vezes questionada publicamente.

Um Partido Social Democrata dirigido por políticos fracos, nunca poderá ser um Partido Forte.

A social-democracia naufragou no final do último Congresso, ao largo do mar de Espinho, vivendo numa profunda agonia na esperança que ainda possa vir a ser resgatada.

Eu acredito que ainda possa ser resgatada mas por uma nova liderança e por uma nova geração.

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