O crescimento de uma economia está sobretudo associado ao aumento da produtividade e à evolução demográfica da população. Como a taxa de natalidade e os índices de fecundidade no mundo ocidental estão em acentuado e praticamente irreversível declínio, resta às economias ocidentais concentrarem-se na melhoria da produtividade. Porém, desde do final dos anos 90, que este indicador se encontra estagnado na Europa, Japão e nos EUA, à semelhança do que ocorre com o PIB. A maioria dos estudos responsabiliza a tecnologia, ou a ausência de inovações disruptivas como a principal causa para os baixos níveis de produtividade, salientando que as descobertas do século XXI, no campo da ciência, não se aplicam de forma tão eficiente ao mundo empresarial, como o motor de combustão ou a electricidade, o fizeram no passado. Por outro lado, uma componente significativa de investigadores defende, que as mudanças estruturais ocorridas na economia, provocaram o crescimento de sectores menos produtivos, como os serviços, a expensas de outros com maiores margens de progressão, como a Industria. Acentuado pelo forte desinvestimento em ID realizados pelos governos (em percentagem do produto), reflectindo-se no desinteresse por projecto high-tech inovadores. Relembre-se que as maiores inovações do século XX, como o Automóvel ou a Internet, resultaram do investimento directo dos Estados, ou pelo menos beneficiaram de grandes encomendas ou financiamentos públicos, para obterem economias de escala.
Do ponto de vista empresarial, a maior fonte de crescimento da produtividade reside nas multinacionais, que após o crash bolsista de 2008, tem vindo a perder força e a crescer abaixo das expectativas. Mesmo a proporção de novas empresas no mercado, um importante foco de inovação encontra-se num dos níveis mais baixos dos últimos 50 anos, representando hoje um pequena proporção do tecido empresarial total. Os investimentos totais dos países da OCDE foram durante as duas ultimas décadas alavancados pelo sector privado, representando 3/4 do total em Israel e mais de 50% nos EUA, Reino Unido e Alemanha.
O capital humanos constitui sob vários aspectos uma parte da resposta para o problema da competitividade. Um factor importante pode estar relacionado com um desajuste das competências exigidas pelos mercados e a formação da população. Na OCDE, calcula-se que cerca de 20% dos indivíduos desempenham funções em trabalhos, para os quais possuem habilitações acima do estritamente necessário. Além disso, após a crise financeira de 2008 criou as condições para o surgimento de uma vasta disponibilidade de mão-de-obra com remunerações mais baixas e a titulo precário promove a contratação de mais funcionários e reduz o capital essencial para investir em ganhos de produtividade.
Apesar do fraco desempenho das economias ocidentais, das quais se inclui Portugal estar fortemente correlacionada com a fraca produtividade, o tema continua perigosamente fora da agenda dos governos e do debate público. Mesmo, quando os executivos tentam empreender reformas no sentido de melhorar a eficiência da economia, sofrem imediatamente as pressões de greves, ameaças e os insultos da oposição. Sem enfrentarmos o problema da produtividade, não conseguiremos ultrapassar a nossa crise e estaremos condenados a viver da caridade alheia.