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Prazo de Validade da “Geringonça”

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Desde a formação da coligação que sustenta o actual executivo, que se questiona qual será a sustentabilidade e a duração da actual solução governativa. Do meu ponto de vista, o segundo semestre será decisivo, assim como as medidas e as alterações rectificativas que muito provavelmente ocorrerão no final de Julho, para o desenlace final desta parceria. Quanto à oposição, tem-se revelado uma presa fácil para o governo e mesmo o PSD/CDS poucas ou nenhumas alternativas anunciaram, mantendo-se à margem de todo o tipo de iniciativas políticas.          As noticias vindas a publico relativamente ao BANIF e sanções europeias por incumprimento de metas afectaram de forma mais dura o anterior executivo, do que a actual “geringonça”.

Desta forma, parece-me que António Costa estará a tentar ganhar força para que, no final do ano possa convocar eleições antecipadas e com a oposição fortemente desgastada e “sacar” uma maioria absoluta. Mas para isso precisa de rezar a todos os santos, para que as condições externas melhorem e para que as previsões se aproximem das propostas do governo. Por um lado, as eleições autárquicas podem também constituir uma etapa decisiva, na qual os partidos do arco da coligação que sustenta o governo pretendem capitalizar os seus votos. Neste caso, talvez o próprio PS, espere pelos resultados das autárquicas para aferir ou medir o pulso aos portugueses e verificar, se na eventualidade de existirem eleições antecipadas poderiam obter a maioria absoluta. Por outro lado, forçar a queda da coligação não será um aspecto particularmente difícil para o partido socialista, bastando tocar em áreas sensíveis, como o sector dos transportes. No entanto, parece evidente, que caso os desenvolvimentos no campo económico e politico não sejam os melhores ou favoráveis ao PS, um cenário de ruptura colocaria em vantagem o bloco de esquerda, constituindo se numa alternativa para uma massa de eleitores de esquerda descontentes com o governo de Costa e receosos de mais austeridade de Direita. Esta é uma jogada de risco, que poderá catapultar o Partido Socialista para mais quatro anos de maioria absoluta ou deixar o próprio partido sujeito a um desgaste tremendo e a tornar-se uma espécie de PASOK grego.

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