Hoje o site do ” Público ” noticia que um grupo de militantes do PSD do Porto, em que se incluem algumas pessoas que merecem a minha estima pessoal, pretendem a antecipação das eleições para a Distrital com o argumento que a gestão do processo eleitoral autárquico deve ser feito por uma nova equipa, e não pela actual cujo mandato termina no final do ano.
É público que não me revejo na forma de fazer política de Virgílio Macedo, actual presidente da Distrital do PSD do Porto. Talvez até seja um dos maiores críticos do seu trabalho político.
Nas últimas eleições para a Distrital critiquei duramente a antecipação do acto eleitoral.
Sou coerente, por isso, entendo que os mandatos são para cumprir até ao seu final, salvo acontecimentos inesperados que coloquem em causa o normal e o superior interesse do funcionamento das instituições, o que não é, até ao momento, manifestamente o caso.
Aliás é meu entendimento que nos processos autárquicos deverão ser as concelhias a fazer o seu trabalho de casa antecipadamente de modo a fazer a escolha mais acertada dos seus candidatos.
Entendo mesmo que a Distrital apenas deve interferir nas escolhas dos candidatos, em casos muito expecionais.
Aliás muito me espanta que alguns dos dirigentes que agora vêm requerer a antecipação das eleições tenham estado inequívocamente, no último acto eleitoral, ao lado de Virgílio Macedo. Será que naquele momento não pensaram na consequência das suas decisões?
” É a vida ” como dizia o Eng. António Guterres.
A política não pode continuar a ser o território do vale tudo. Não podemos defender ontem uma coisa e hoje o seu contrário. Temos que ser coerentes para que sejamos respeitados pelos nossos concidadãos.
Confesso que não entendo mesmo sequer o timing politico desta iniciativa deste grupo de militantes.
As eleições, segundo os estatutos do PSD, têm que ser marcadas com 30 dias de antecedência. Este facto iria atirar as eleições da Distrital para a segunda quinzena do mês de Julho altura em que muitas famílias encontram-se de férias. Penso que pelas mesmas razões as eleições nao se deveriam realizar durante os meses de Agosto e Setembro.
Por todas estas razões espero que estes dirigentes concelhios estejam a fazer devidamente o seu trabalho de casa nos seus municípios. Que não percam agora o seu precioso tempo com estas guerras políticas de alecrim e manjerona.
Entendo que a actual Distrital deve continuar o seu mandato até ao seu final para que, no último trimestre deste ano, possamos fazer um balanço do trabalho de Virgilio Macedo e da sua equipa.
Penso também que a precipitação da marcação antecipada das eleições para a Distrital nao permitiria o aparecimento atempado de candidaturas e dos seus respectivos projectos políticos de forma a fazer-se o debate sério e uma reflexão profunda tão necessária sobre o futuro do PSD no Distrito do Porto.