Os resultados operacionais das principais empresas nacionais foram anunciados recentemente traduzindo-se num lucro de (EDP, Galp Energia, Santander Totta, Navigator, EDP Renováveis, REN, CTT e Brisa) 1,33 mil milhões de euros em lucros, o que corresponde a aproximadamente metade do défice público no mesmo período tenha sio (2,8 mil milhões de euros).
Curiosamente trata-se de companhias que integraram um amplo plano de privatizações iniciado, ainda por Guterres e concluído pelo anterior executivo. Para além das importantes perdas de receitas para o Estado, os elevados lucros registados (acima do óptimo social) são sinónimo de sectores monopolistas/oligopolistas, actividades “rentistas” e de ineficiência económica. Os consumidores e restantes actividades sofrem sob a forma de serviços de pior qualidade e sobretudo de preços demasiado altos. Por outro lado, a repatriação dos dividendos por parte de accionistas estrangeiros para outros países provocaram uma degradação significativa da nossa balança financeira. Infelizmente, os nossos políticos apenas “venderam” ou alienaram as grandes empresas públicas nacionais com base única e exclusivamente nas receitas de curto prazo. Ignoram, as consequências de longo prazo, como a perda directa de receitas do Estado, a fuga de capitais para o exterior, a degradação da qualidade dos serviços, o aumento dos preços e as possibilidades de abuso de posição e controlo da entidade reguladora.