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O que nos diz o BREXIT?

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Após longas semanas de debates, campanha e contagem de espingardas de ambas as partes, os defensores do BREXIT saíram vencedores do referendo. Os principais perdedores serão os cidadãos e empresas britânicas, que deixarão de beneficiar de um imenso mercado com mais de 500 milhões de consumidores, com o qual possuem uma relação comercial extremamente favorável. Além disso, a bolsa de Londres foi suportada durante anos por grandes multinacionais mundiais, que a utilizavam como plataforma para penetrar no mercado europeu. Mesmo as maiores empresas do espaço comunitário estavam cotadas em terras de sua majestade e agora serão incentivadas a deslocar a sua cotação para outras bolsas alternativas no espaço comunitário, como Frankfurt. Provavelmente, os próprios cidadãos britânicos irão perceber, que num mundo globalizado, não será a saída da união europeia a melhor resposta, para os problemas de emigração e terrorismo, acabando mesmo por dificultar as operações e o fornecimento de informações entre países. Na realidade o Reino Unido sempre esteve fora das grandes decisões europeias como a adesão à moeda única, nunca foi um grande contribuinte financeiro para o orçamento comunitário e sobretudo sempre constitui um entrave para a aprovação de importantes medidas de cooperação. Em relação à União Europeia, a possibilidade de fragmentação do projecto europeu associado ao crescimento dos movimentos de extrema-direita e ao surgimento de novos referendos na Holanda e França, colocam enormes desafios a Bruxelas e exigem uma postura firme e de apoio convicto a todos os países, que pertencem à organização. Mais do que uma ameaça, o BREXIT pode representar uma oportunidade única para a União Europeia, alterar a sua concepção, promover a democracia e os direitos dos cidadãos, alterar os modos de decisão e estabelecer a solidariedade e a cooperação como base da boa governança. No meio de tudo, o Reino Unido acabará mais pobre, isolado, frágil e menos democrático e nem sequer o seu principal propósito, leia-se redução dos fluxos migratórios, irão conseguir solucionar.

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