A propósito da recente crise institucional no Brasil mas também das dificuldades e atropelos nos processos institucionais em Portugal, Espanha ou Grécia, entre outros, ocorreu-me uma conversa com um colega de uma Universidade Americana que estava a dar aulas na minha Universidade, a meu convite. Falávamos da eleição de Reagan… de George W. Bush… e agora, da possibilidade de Trump chegar ao poder.
Houve um momento em que questionei o meu colega, com toda a clareza, sobre a qualidade e formação dos nossos estudantes e lhe pedi mesmo que os comparasse com os seus estudantes americanos. Ele confessou-me que achava os estudantes portugueses a quem estava a dar aulas igualmente preparados e muito provavelmente, melhores. Achava-os mais irreverentes e descontraídos.
Ainda assim não resistiu a contar-me uma história para encerrar este nosso tema tão amplo e que ajudou a compreender melhor ambos os assuntos. “Arnaldo, todos os dias acompanho o meu filho à porta e vejo o seu trajecto até à paragem do autocarro da escola. Quando ele chega, todos os coleguinhas estão a brincar no relvado e ele deixa a sua mochila na fila do autocarro e vai jogar com eles. De longe vejo como se divertem a jogar às escondidas ou ao agarra. Todavia, quando se ouve o apito do school bus eles correm para a paragem, recolhem as suas mochilas e entram por ordem no autocarro…”.