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Morreu a social democracia no PSD

Termina hoje o XXXVI Congresso do PSD e assim termina o mandato de conselheiro nacional que desempenhei ao longo dos últimos anos. Retiro-me dos órgãos nacionais do partido pelo total afastamento que senti e vivi na estrutura do meu partido para com a sociedade e as preocupações dos portugueses.
Não posso continuar a pertencer a um órgão que está moribundo e ocupado maioritariamente por seguidistas e por muita gente sem qualquer ideia arrumada na cabeça sobre o que é a social democracia e para que serve verdadeiramente isto da política.

Não fugi ao congresso e aqui estive, pois não temo as ameaças e intimidações de seitas organizadas de corruptos e gente que deveria há muito estar presa. Sim, o meu partido está hoje também refém de uma espécie de conclave criminoso dos subúrbios urbanos das grandes metrópoles. Se assim não fosse, nunca se permitiria a inclusão nos órgãos nacionais de currículos duvidosos, trajetos sujos e elementos patogénicos.
Não houve qualquer ruptura neste congresso ao contrário do que os sound bytes tentam transmitir. Não houve sequer a clara demarcação dos tais opositores que timidamente apareceram e intervieram. Alguns pareciam mais uns meninos de coro que propriamente opositores.
O PSD de hoje é também o resultado de um modelo de eleição que destruiu a magia dos congressos e da escolha de caminhos distintos. Os congressos de hoje são um teatro mal montado com figurantes pouco hábeis e muito mal preparados.
A maçonaria e outras seitas clandestinas internacionais (que vão da Rússia ao Brasil, fazendo escala em Angola) ocupa também a sua fileira no partido, como vem fazendo desde há décadas, sem que tal seja sequer questionado por muitos dos beneficiados por um sistema podre e inútil ao País.
Em resumo, a social democracia no PSD morreu e ninguém nos avisou. Felizmente não morreu em Portugal. Este texto é dedicado a um dos maiores sociais democratas que conheci há 25 anos atrás. Um médico de Coimbra que continuará a ser uma das minhas referências vivas da social democracia. Um grande abraço Nuno.

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