Na semana passada, milhares de estudantes do ensino secundário e das universidades de Paris manifestaram-se publicamente contra as novas medidas de flexibilização do mercado laboral em França, que irão facilitar os despedimentos e reduzir o pagamento de horas extraordinárias. O desemprego jovem é um dos aspectos mais preocupantes do panorama, não só nacional, mas também europeu e mundial. Mesmo em países, com economias extremamente dinâmicas, como é o caso da Coreia do Sul, o desemprego jovem atinge valores próximos dos 10%, ou seja, bastante acima da média nacional. Para além das elevadas taxas de desemprego, os jovens enfrentam ainda condições laborais precárias, temporárias e com salários substancialmente mais baixos, do que aqueles que auferem as gerações mais antigas. Este fenómeno é particularmente grave nos países do sul da Europa, onde a crise das dívidas soberanas incidiu com maior força e as medidas de austeridade levaram ao encerramento e à reestruturação de inúmeras empresas. Como o condigo laboral privilegia e protege os funcionários mais antigos, a massa de afectados concentrou-se nas populações mais jovens, uma vez que os vínculos temporários tornam os seus despedimentos menos onerosos. Assim sendo, aconselha-se a que os governos adoptem outra postura, desenvolvendo politicas que protejam os mais novos, que assegurem o tratamento equitativo entre gerações e que penalize através da carga fiscal e das contribuições para a Segurança Social o trabalho a título precário.