Num estudo publicado em 2014, dois economistas desenvolveram uma análise entre os resultados obtidos pelos alunos nas provas internacionais TIMSS (avaliação das capacidades matemáticas e cientificas dos alunos de quatro em quatro anos) e o mês de nascimento. Constataram que as crianças mais velhas, ou seja, com data de nascimento nos primeiros meses do ano registaram pontuações entre 4% a 12% acima das mais novas, nascidas nos últimos meses do ano. Dito de outra forma, se comparados dois alunos do quarto ano, com datas de nascimento em extremos opostos da data de referência, o estudante mais jovem poderiam classificar-se no percentil 68, ao passo que o mais velho estaria no percentil 80. Estes resultados possuem uma influência enorme no desempenho futuro dos jovens, uma vez que em tenra idade, os professores da escola primária tendem a confundir capacidade com maturidade. Assim sendo, acabam por encaminhar as crianças mais velhas, para áreas mais avançadas, adquirindo melhores competências, apresentando no ano seguinte melhores performances, visto estarem no grupo de topo, multiplicando assim o “gap” entre ambos os grupos nos períodos subsequentes. No mesmo estudo, os investigadores concluíram que os estudantes pertencentes aos grupos mais novos (nascidos nos últimos meses do ano) estão sub-representados nas instituições de ensino superior, num valor superior a 11%. Em Portugal estas situações são extremamente frequentes e encontramos em milhares de salas de aula, alunos substancialmente mais novos, que competem com colegas alguns meses mais velhos, especialmente agravado por se tratar de um ciclo de estudo, onde estas diferenças evidenciam um impacto fortíssimo na aprendizagem.
Melhorar a Educação Pública
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