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Marque um abraço…

abraco

A solidão num mundo que se diz global é o um dos mais assustadores sentimentos da actualidade.

Num mundo com aproximadamente 7 mil milhões de habitantes nunca antes nos sentimos tão sós, tão frustrados, tão vazios. Há algo de muito errado com todos nós quando alimentamos o desejo de união através do ecrã de um telefone ou de um computador. A ilusão, que tão facilmente nos engana, que ao alcance de um teclado está alguém que nos pode confortar, divertir ou distrair é ‘a rasteira’ dos tempos modernos. There’s always a catch…

A veloz evolução da tecnologia que nos coloca tão facilmente ao contacto com alguém mas que nos priva de afecto e toque, o fugaz conforto de umas palavras escritas que, escusado será dizer, claramente não é suficiente para o ser ‘humano’. Estamos desumanizados, necessitados de carinho, de conforto, de toque, de alma. O quão vazios andamos nós destes afectos, de os dar, de os receber. Procuramos algo sem definição, procuramos sem primeiro nos tentarmos encontrar, alheios a necessidade de entendermos a nossa alma para que depois possamos compreender as dos que nos rodeiam. Compreendermo-nos implica despirmo-nos de vícios e barreiras emocionais que vamos adquirindo ao longo da vida. Não é um processo simples porque facilmente nos enganamos voluntariamente quando determinada barreira é demasiado alta, quando um rancor é demasiado profundo, quando uma insegurança é demasiado intimidante.

And that’s the catch! Essa falsa sensação de protecção que sentimos quando usamos um teclado para comunicar. Onde nos escondemos… Porque onde não estamos não nos conseguem despir a alma.

Embora possamos, em muito, beneficiar das facilidades que um ‘ecrã’ nos traz não devemos nunca esquecer a sensação de um abraço sincero.

Use o ecrã para marcar um abraço… Quando chegar, pouse o ecrã e dê dois abraços.

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