Na disciplina de economia pública, o eleitor mediano corresponde aquela faixa da população com rendimentos entre a média e a mediana, que normalmente são decisivos, na escolha dos candidatos a presidente da república e a primeiro-ministro. Dada a sua importância e carácter decisivo nos resultados das eleições, os sucessivos governos optam por beneficiar este grupo, com isenções e deduções fiscais, subsídios ou protegendo-os de eventuais aumentos de impostos. Com a entrada da troika, pensou-se que seria possível inverter esta tendência, embora os dados apresentem uma realidade bem diferente. Assim sendo, entre 2009 e 2014 os 10% mais ricos perderam 13% do rendimento, os 10% mais pobres uns astronómicos 25%. No entanto, a camada da população que integra o eleitor mediano apenas sofreu uma redução de 12%, saindo claramente vencedores, no capítulo da austeridade. Infelizmente, os mais pobres não possuem “voz”, nem representação politica, por isso tornam-se presas demasiado fáceis para os políticos e para as medidas de austeridade, reflectindo-se no corte de subsídios como o rendimento social de inserção. Não será por isso de surpreender que Portugal seja o sétimo país mais desigual da União Europeia.
A importância do eleitor mediano
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