
O salário do novo presidente da Caixa Geral de Depósitos está a gerar um enorme mal-estar no seio da coligação e na opinião pública. Para que conste, o salário de António Rodrigues é inferior ao que se pratica nas restantes instituições financeiras nacionais, embora esteja em linha com as remunerações globais do sector. No entanto, mais importante do que o seu vencimento é o seu desempenho. Os funcionários são “caros” ou “baratos” em função dos seus resultados. Veja-se o caso do Loyds Bank. Recebeu uma enorme ajuda do Estado Britânico, que entrou no seu capital como accionista. Para recuperar o banco, foi contratado Horta Osório, um dos melhores banqueiros a nível mundial, que passou auferir um vencimento milionário, Volvidos dois anos, a referida instituição apresentava lucros extraordinários e a cotação das acções cresceu de forma notável, o que permitiu que o governo Britânico, recebesse, um montante substancialmente superior pela venda da sua participação. Provavelmente, se optasse por contratar um gestor “barato”, estariam ainda há espera de reaver os valores injectados e a contabilizar perdas, atrás perdas, à semelhança do que ocorre precisamente com o Novo Banco. Neste sentido, prefiro suportar remunerações elevadas de um conselho de administração eficiente e pró-activo, a ter de cobrir os custos injecções de capital de 2,7 mil milhões de euros, por má gestão ou pura incompetência de gestores low cost. Este tipo de ondas populistas apenas contribuem para degradar a qualidade do sector público nacional e sobretudo para afugentar os profissionais competentes, para o sector privado.