O governo prepara-se para introduzir uma taxa sobre os refrigerantes com excesso de açúcar, com o objectivo de combater a obesidade infantil e sobretudo arrecadar receita. Como é óbvio, a referida medida terá um impacto absolutamente nulo na saúde da população e é extremamente desigual, uma vez que é pago de maneira uniforme pelos cidadãos independentemente do seu rendimento. À semelhança do que se passou durante séculos na igreja católica com as indulgências, quem possui rendimentos elevados pode pecar, consumindo bens como o álcool, tabaco ou os refrigerantes. Pelo contrário, os mais afectados serão os mais pobres, que como está comprovado por diversos estudos realizados, em termos internacionais, optarão por restringir outras despesas em rubricas chave, como a educação ou a saúde para conseguir manter estes pequenos vícios que aliviam parte das agruras de uma vida difícil. Além disso, pelo que veio a público, os refrigerantes nacionais não serão afectados pela referida taxa, o que viola claramente o direito comunitário, relativamente às leis da concorrência, que impedem discriminações deste género. Se de facto, existisse uma verdadeira preocupação por parte do governo com os problemas de saúde, o ministério optaria por regular de forma rigorosa o conteúdo dos refrigerantes e demais alimentos com excesso de sal e açúcar. No entanto, caso assim fosse, o nosso ilustre ministro da saúde, não poderia estar confortavelmente presente, em comissões parlamentares a desgostar de uns famosos chocolates, conhecidos pelo elevado teor de gordura e açúcar.
“Fat Tax”
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