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Ensino Público

A Granger High Scchool nos EUA era uma das escolas com piores resultados do país, onde apenas 20% dos alunos atingia os níveis mínimos de leitura, escrita e calculo matemático. Localizada num bairro extremamente pobre, com elevadas taxas de criminalidade e desemprego, a escola possuía uma taxa de ocupação baixíssima com aproximadamente 205 alunos inscritos, quando a capacidade máxima rondava os 800.

Com o objectivo de alterar esta realidade, um novo director, Richard Esparza decidiu introduzir inúmeras alterações no sistema de ensino. Constatando que apenas 10% dos pais frequentavam as reuniões mensais com os directores de turma, Esparza incentivou os professores a deslocarem-se às residências dos alunos, a estabelecerem relações com os seus familiares e a conhecer os seus problemas. As reuniões semanais começaram a contar com a presença assíduos dos país dos alunos, nas quais a pedido expresso do director, os jovens apresentavam diante dos seus encarregados de educação e colegas os seus progressos durante aquele período, aumentando o seu sentido de responsabilidade. Cada estudante teve direito a um plano individual com os registos diários do seu desempenho e a um orientador, que o acompanhava semanalmente na realização das suas tarefas, na organização do seu estudo e na avaliação do seu percurso. Além disso, os alunos forma incentivados a permanecerem na escola antes e depois das aulas, em actividades extra curriculares. Os resultados destas reformas foram extraordinários, registando uma redução da taxa de abandono escolar de 1/3, um crescimento de 60% do número de alunos a terminarmos o 12 ano e uma melhoria significativa nos níveis de conhecimentos matemáticos, de leitura e interpretação. Actualmente, a escola conta com uma lista de espera de milhares de alunos, os terrenos em volta foram altamente valorizados, reduzindo os índices de criminalidade e desemprego. Infelizmente em Portugal, os directores das escolas não possuem a autonomia suficiente para realizarem reforma deste género e sobretudo de aplicarem um plano de estudos condizente com as realidades locais e com as necessidades dos alunos. Excessivamente “agarrado” a uma cultura burocrática e centralista, o nosso sistema de ensino continua altamente desigual, reduzindo as possibilidades de mobilidade social e beneficiando os estudantes de famílias com maiores recursos.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim, contacto: 912621217 Nº 1375167

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