Desde a chegada da troika a Portugal em 2011, assistimos a um aumento significativo do fluxo de jovens emigrantes, que sem oportunidades de emprego, decidiram emigrar sobretudo para as países do centro e norte da Europa. Uma componente assinalável destes jovens escolheram Londres como o local ideal para iniciar uma carreira profissional, uma vez que se trata de uma cidade cosmopolita, com uma taxa de crescimento 2 vezes superior à média de Inglaterra e com elevada procura de mão-de-obra especializada com destaque para a construção civil e para a enfermagem. Apesar do valor do salário ser bastante atractivo, os custos de vida associados a uma cidade como Londres são extremamente elevados, o que poderão iludir muitos do que partem para Inglaterra. Relembre-se que, em virtude do forte aumento populacional registado e do baixo stock de casas para arrendar no mercado, o custo por Hectare aumento 300%, nos último 5 anos, o que provocou uma redução da população jovem a residir em Londres, de 3% e um decréscimo dos rendimentos reais, após gastos com habitação de 4%. Além disso, entre 2001 e 2011 o rendimento das famílias com casa arrendada baixou em termos reais 28%, o que releva um aspecto particularmente importante para os jovens portugueses. Desta forma, parece-me fundamental e relevante alertar a emigração portuguesa para os potenciais riscos e problemas que poderão encontrar no exterior, de maneira a facilitar a sua integração no mercado de trabalho e evitando a existência de casos evidentes de precariedade, pobreza ou abuso.
