As sucessões familiares nas empresas são um problema em todo mundo. Dados recentes estimam que apenas 30% das empresas sobrevive à segunda geração, 12% à terceira geração e 5% à quarta geração. O problema é particularmente grave em Portugal, uma vez que o nosso tecido empresarial é composto essencialmente por pequenas e médias empresas de cariz familiar, o que agrava o potencial de falências. Nestas empresas a linha que separa o que é da empresa e da família é muito ténue e por isso é bastante comum os “donos” gastarem os recursos da empresa, como se se tratassem dos seus e empregar familiares sem atestar a sua qualidade ou necessidade. Veja-se o caso do BES, que empregava cerca de 200 familiares em cargos estratégicos da gestão. Além disso, as sucessões constituem terrenos férteis para o surgimento de feudos e líderes incompetentes. Para contornar este problema, as companhias de países como a Holanda ou a Bélgica, optam por criar estruturas paralelas onde se concentra o verdadeiro poder da gestão, evitando potenciais danos futuros. Desta forma, parece-me que alicerçado nos fundos comunitários seria importante profissionalizar a gestão das pequenas e médias empresas nacionais, conferir formação em diversas áreas, de forma a assegurar a sustentabilidade das organizações, sobretudo num contexto de forte concorrência internacional gerado pela globalização.
Crise de Sucessão nas Empresas Familiares
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