Não, não é dia 1 de Abril, nem é uma notícia do Inimigo Público.
Na passada sexta-feira fui assistir a uma palestra do Dr. Rui Rio, sobre Regionalização, no Auditório Municipal de Gaia, quando no final fui, surpreendido, com a entrega de várias medalhas municipais, sendo que o último condecorado foi Marco António Costa.
Tenho que confessar que fiquei estupefacto ao ver o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, entregar a medalha de mérito profissional ao antigo vice-presidente da Câmara de Gaia que teve a responsabilidade do pelouro Financeiro, entre 2005 e 2011.
Está ainda bem presente na memória de todos que o actual vice-presidente do PSD, Marco António Costa, foi alvo de 10 juízos de censura na sequência da auditoria efectuada pelo Tribunal de Contas às contas da Câmara Municipal de Gaia.
O que poderá ter levado Eduardo Vítor Rodrigues a condecorar Marco António Costa? Como é possível usar como principal bandeira de um mandato a dívida municipal e depois condecorar com uma medalha de mérito um dos principais responsáveis pela mesma dívida? Mas muitas mais questões se poderiam colocar perante esta enigmática decisão.
Estranhei realmente que o Auditório Municipal tivesse muitos lugares vagos, mas agora talvez se percebam as ausências do Presidente da Assembleia Municipal de Gaia, Albino Almeida, do vereador socialista, Delfim Sousa e dos vereadores do ” Movimento Juntos Por Gaia “, Guilherme Aguiar, Maria Cândida Oliveira e Valentim, que viabilizaram a governação da autarquia, em coligação com o PS, bem como de diversos presidentes de junta socialistas, mas sobretudo dos gaienses.
Esta decisão de Eduardo Vítor Rodrigues condecorar Marco António Costa poderá ter fracturado indubitavelmente o PS Gaia, bem como poderá ter colocado em causa a continuidade da coligação com o movimento independente liderado por José Guilherme Aguiar.
A partir do momento em que Eduardo Vitor Rodrigues ” premiou ” Marco António Costa com uma medalha de mérito não tem mais argumentos para falar da dívida da autarquia. Ou será que este acto é o reconhecimento que afinal a dívida não era tão má como ” pregou aos quatro ventos ” durante mais de dois e meio de mandato?
Uma coisa é certa, esta decisão do presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues, abre agora uma autoestrada para o PSD iniciar uma caminhada rumo à reconquista da Câmara Municipal. Estou convicto que se o presidente do PSD de Gaia, Cancela Moura, souber e tiver a capacidade para aproveitar esta oportunidade política, servida em bandeja de ouro por Eduardo Vítor Rodrigues, poderá conseguir convencer Paulo Rangel a ser o candidato do PSD à Câmara Municipal de Gaia. E a partir daí, em Gaia, o jogo político muda de figura e outro galo cantará!