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Onde anda a boa moeda…

euro

A minha última insónia trouxe-me de volta à lei de Gresham que Cavaco Silva transportou para a esfera política de forma pouco menos que premonitória. A qualidade dos actores políticos tem conhecido, um pouco por todo o lado, uma degradação que se me afigura intolerável. Chego a sentir vergonha da forma como sou representado. E a vergonha, naturalmente, é apenas uma faceta menor desta situação que, ainda por cima, nos sai cara. A má moeda expulsou mesmo a boa moeda.

O lado interessante e ao mesmo tempo desesperante desta situação é que ela tende a permanecer sem que se vislumbrem grandes saídas. Pode mesmo dizer-se que o sistema está BLOQUEADO.

Do mesmo modo que à esquerda se multiplicam os spin-offs inconsequentes, no centro-direita o sistema mantém-se blindado e imune a quaisquer desafios. As tentativas quixotescas de Marinho Pinto, Paulo Morais ou Henrique Neto estavam à partida condenadas ao insucesso.

Aproveito, no entretanto, para recordar que aqui pelo meio aconteceu algo que, inexplicavelmente, caiu no esquecimento: refiro-me ao 11M. Andei pelas ruas nesse dia e assisti a um entusiasmo e a uma mobilização ímpares que reuniu pessoas anónimas de todos os credos e quadrantes. Este dia que todos parecem querer esquecer traz consigo, todavia, um conjunto de pistas que das quais podemos colher ensinamentos importantes.

Assim, regresso à lei de Gresham e à procura ávida de um caminho que nos ajude a contrariar os seus efeitos. O que temos que fazer para que a Boa Moeda possa expulsar a má moeda? Inspirado nos ensinamentos que pude colher do 11M, proponho-me desenvolver um conjunto de pistas que vos trarei numa próxima insónia.

 

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