A RTP anunciou a contratação de um director e de uma jornalista de um canal privado da concorrência. Sendo um canal público financiado maioritariamente pelos portugueses através da taxa de audiovisual e por isso não estando envolvida directamente na “luta”- tão dependentes- pelas audiências, do que SIC e TVI, seria bem mais interessante e útil para a sociedade, se o Conselho de Administração efectuasse uma aposta em jovens talentos recém-licenciados, concedendo oportunidades, aqueles que saem das Universidades ou dos Conservatórios. Pelo contrário, assistimos a uma política totalmente inversa, optando-se por contratar profissionais que pelo seu “excelente” desempenho noutros canais da concorrência forma demitidos ou “encostados”, auferindo salários obscenos. São vários e sobejamente conhecidos os exemplos, de altas personalidades, que após longas carreiras nas estações privadas, obtêm contractos milionários com o canal público. A RTP deveria ser uma escola de formação de novos actores, jornalistas e apresentadores, que sem a pressão das audiências pudessem dar aso à sua imaginação, dinâmica e criatividade contribuindo para o crescimento da estação pública. Relembro que Serviço público não é só passar programas miseráveis das nove da manha à meia-noite, nem pagar contractos milionários a pseudo profissionais que se arrastam há vários anos no canal público e nem sequer português sabem falar. Serviço público também é dar uma oportunidade e um emprego digno, a uma nova geração de jornalistas, apresentadores e actores com talento e competência.