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Nas próximas eleições não fique em casa: vote, saiba onde e como votar

A elevadíssima abstenção deveria deixar todos os partidos políticos muito preocupados, mas o passado tem mostrado que não. Porque será? Confesso que não tenho uma resposta, mas fica a ideia que esta situação pouco ou nada incomoda os políticos.

É notório que a abstenção tem funcionado como uma forma de protesto dos eleitores face aos políticos que têm governado o nosso País. Porém o distanciamento dos cidadãos não é um fenómeno recente, muito menos um problema que afecte apenas o nosso País. Nas últimas presidenciais americanas quase metade dos eleitores não participaram nas eleições. O problema da abstenção tem raízes profundas, que vão desde o crescente descontentamento com os políticos até ao desinteresse pelo fenómenos político, pelo que não existe uma solução mágica para o resolver.

A abstenção e os votos brancos ou nulos têm-se revelado uma forma de protesto completamente inútil e ineficaz. Os partidos políticos não perdem um minuto com os cidadãos que não votam, nem com aqueles que votam branco ou nulo.

Estamos precisamente a 15 dias do próximo acto eleitoral. Em todas as eleições persistem sempre dúvidas  sobre onde e como votar . Por vezes esquecemos o número de eleitor e/ou não sabemos a mesa de voto onde exercer o nosso dever cívico. Certamente que as eleições autárquicas marcadas, para o dia 1 de Outubro, não vão ser excepção.

O número de eleitor pode ser consultado no portal da Secretaria Geral da Administração Interna, onde estão disponíveis os cadernos de recenseamento. Para o efeito basta indicar o número de identificação civil e a data de nascimento. Mas tem sempre uma alternativa na palma da sua mão utilizando o seu telemóvel enviando um SMS para o número 3838. Deverá escrever: RE <espaço> nº de Identificação civil sem check <espaço> data de nascimento AAAAMMDD, seguindo o seguinte exemplo: RE 7654321 19800917

Não deixe tudo isto para o dia das eleições porque nesse dia o tráfego para obter estas informações vai ser muito e poderá ter mais dificuldade na sua obtenção.

Barack Obama, o ex-presidente dos EUA,  é um entusiasta do voto obrigatório. Obama afirmou mesmo que “seria verdadeiramente transformador se toda a gente votasse”, referindo-se ao caso da Austrália, onde a afluência às urnas supera os 90%. Mas hoje não é o momento para fazer este debate. Este é um tema para a sociedade debater de forma aberta no pós-eleições autárquicas.

Mesmo tratando-se de eleições locais estou convicto que a abstenção vai aumentar muito no próximo acto eleitoral. Parece-me que governar sufragado por poucos votos pode ser muito perigoso para a democracia representativa.

Os partidos nada fazem para travar o afastamento dos cidadãos da política, por isso, entendo que deverão ser os cidadãos a dar-lhes uma resposta votando. Por isso, independentemente da sua escolha, no dia 1 de Outubro saia de casa, vote, vote por si, pelo seu futuro, pelo futuro dos nossos filhos, pelo futuro da nossa terra e do nosso País.

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