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Cristiano Ronaldo: de bestial a besta em apenas um segundo

Cristiano Ronaldo era o exemplo de um filho exemplar, um irmão sempre presente, um Pai dedicado, o homem solidário, o homem que se fez a pulso à custa de muito trabalho e muitos sacrifícios, o melhor jogador do mundo e o orgulho de Portugal e dos portugueses no Mundo. De um dia para outro uma notícia de uma queixa de violação sexual – sem dúvida um crime hediondo – de uma americana com um currículo “duvidoso” faz esquecer um percurso pessoal e profissional apontado unanimemente como modelo de vida.

E a comunicação social portuguesa vai atrás, seguida de muitos portugueses. 

Mas esta mesma comunicação social e estas mesmas pessoas esquecem as milhares de mulheres Yazidi sequestradas pelos militantes do auto-denominado Estado Islâmico que não passam de escravas sexuais do Daesh violadas quotidianamente, sem acesso sequer a uma Justiça digna desse nome, em que muitas delas terminam com a sua própria vida dado o sofrimento a que estão sujeitas.

Um alegado caso de violação dá lugar a milhares de capas de jornais em todo o mundo e milhões de horas de televisão de qualidade muito duvidosa. Por sua vez milhares e milhares de violações sexuais mais que comprovadas têm lugar a uma noticia de rodapé nos jornais e noticiários televisivos.

Este caso que alegadamente envolve Cristiano Ronaldo evidencia o sentido da proporcionalidade perdido pela sociedade em que vivemos. E isto é grave. Muito grave, mesmo.

Cristiano Ronaldo está indiciado alegadamente por um crime como estaria qualquer um de nós alvo de uma denúncia que muitas vezes são instrumentais, insidiosas e maldosas. Não foi condenado. Muito longe disso. Tem direito à sua defesa e à presunção de inocência. Ontem mostrou que é um grande profissional, jogou, marcou um golo e deu a vitória à Juventus. Por mim nada mudou. Até prova em contrário Cristiano Ronaldo continua a ser o exemplo de um filho exemplar, um irmão sempre presente, um Pai dedicado, o homem solidário, o homem que se fez a pulso à custa de muito trabalho e de muitos sacrifícios, o melhor jogador do mundo de quem sinto muito orgulho enquanto português.

Paulo Vieira da Silva

Gestor de Empresas / Licenciado em Ciências Sociais – área de Sociologia
(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)

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